29/04/2009

É tramada a rapariga!

Asneiras e mais asneiras. Não pára quieta, sobe armários, mesas, tudo o que der. De vez em quando faz birras enormes e eu fico zangada. Sabem o que ela pergunta: Mãe, estás zangada comigo? O que é que uma pessoa faz nestas situações?
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Ontem, grande esforço para comer a sopa. Brincava, não abria a boca, etc… até que, no momento em que levava a colher à boca dela, zás, uma sapatada e a sopa toda fora do prato. Disse-lhe que não comia mais nada e que ficava de castigo. Virou-se para mim e disse simplesmente: “Gosto muito de ti!”
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Também ontem, dentro do carro, olha para os semáforos e diz: Vermelho é para andar!
- Não, Mafalda, é para parar.
Ela torna a repetir e diz “Vermelho é para andar!” e remata com esta: “Ah, enganei-me” e desatou a rir. Estava pura e simplesmente a gozar connosco!
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Durante o jogo Barcelona-Chelsea, o guarda-redes Petr Čech dá um pontapé na bola, e ela: “Gande chuto”.

20/04/2009

Doença silenciosa

O título pode parecer estranho, mas esta é a melhor frase para caracterizar o problema que a Mafalda tinha. Ela começou a falar bastante cedo, é super-desenvolvida, e nós nunca tínhamos reparado que estava a ficar surda. É verdade que, nos últimos meses, quando eu chegava a casa ela já não reagia à chave a rodar a porta, não respondia à primeira quando falávamos com ela, estava constantemente a dizer “ah?”, e coisas do género.
De mote próprio decidi levá-la a um otorrino por causa das otites constantes que ela tinha feito neste último Inverno. A médica, mal viu o comportamento dela – irrequieta, sempre a mexer nas coisas, e a ignorar as ordens – disse que ela ouvia mal e que esse era um dos comportamentos das crianças que estavam a perder a audição, o outro era fecharem-se em si mesmo e não reagirem a nada. Fiquei espantada, é claro!
Para tirar todas as dúvidas, mandou de imediato fazer uma audiometria. Resultado: uma linha recta nos dois ouvidos. Estava mesmo com problemas de audição e também tinha adenóides “gigantes”. Por isso, ressonava, tinha o sono agitado, etc.
Marcou, com urgência, a operação. Eu, com as dúvidas de mãe, perguntei a colegas da médica se ela era do género de operar por operar ou só operava em última hipótese. Disseram-me que se ela disse que era para operar, o melhor seria mesmo operar.
Era uma coisa bastante simples e rápida, mas como já tivemos uma má experiência com a anestesia quando ela foi operada ao canal arterial com 2 meses e meio, eu andava num stress enorme.
Chegou finalmente o dia 15 de Abril. Fomos bem cedinho para o hospital, e lá pelas 10 horas levaram-na para o bloco. Às 10h45, mais ou menos, chamaram-me para ir ao recobro. Lá estava ela, ainda a dormir. Acordou, como é normal, a chorar… dizia que queria ir para casa, queria o pai. Quando descemos para o quarto, adormeceu. Quando acordou, já era outra vez a minha pestinha. Estava óptima, começou logo a fazer asneiras e a brincar. Não teve febre, não teve dores. Foi uma recuperação excelente. À noite, a médica lá foi explicar tudo direitinho, e falou que foi uma sorte ela ter sido operada já. O líquido que ela tinha nos ouvidos era muito grosso – tipo cola, disse ela – e por isso foi necessário colocar os tubos de ventilação. Quanto às adenóides, eram de facto enormes…
No dia seguinte, já em casa, é que começamos a notar as diferenças no comportamento auditivo. Ouvia em qualquer lugar da casa, já não necessitava de olhar para nós quando falávamos, repetia as nossas expressões, repetia as frases dos desenhos animados… Foi uma mudança espantosa!

14/04/2009

Manheee

Ela - Manhee, Manhee!
Eu - Não é "Manhee", Mafalda!
Ela - Graaça, Graaça...