20/04/2009

Doença silenciosa

O título pode parecer estranho, mas esta é a melhor frase para caracterizar o problema que a Mafalda tinha. Ela começou a falar bastante cedo, é super-desenvolvida, e nós nunca tínhamos reparado que estava a ficar surda. É verdade que, nos últimos meses, quando eu chegava a casa ela já não reagia à chave a rodar a porta, não respondia à primeira quando falávamos com ela, estava constantemente a dizer “ah?”, e coisas do género.
De mote próprio decidi levá-la a um otorrino por causa das otites constantes que ela tinha feito neste último Inverno. A médica, mal viu o comportamento dela – irrequieta, sempre a mexer nas coisas, e a ignorar as ordens – disse que ela ouvia mal e que esse era um dos comportamentos das crianças que estavam a perder a audição, o outro era fecharem-se em si mesmo e não reagirem a nada. Fiquei espantada, é claro!
Para tirar todas as dúvidas, mandou de imediato fazer uma audiometria. Resultado: uma linha recta nos dois ouvidos. Estava mesmo com problemas de audição e também tinha adenóides “gigantes”. Por isso, ressonava, tinha o sono agitado, etc.
Marcou, com urgência, a operação. Eu, com as dúvidas de mãe, perguntei a colegas da médica se ela era do género de operar por operar ou só operava em última hipótese. Disseram-me que se ela disse que era para operar, o melhor seria mesmo operar.
Era uma coisa bastante simples e rápida, mas como já tivemos uma má experiência com a anestesia quando ela foi operada ao canal arterial com 2 meses e meio, eu andava num stress enorme.
Chegou finalmente o dia 15 de Abril. Fomos bem cedinho para o hospital, e lá pelas 10 horas levaram-na para o bloco. Às 10h45, mais ou menos, chamaram-me para ir ao recobro. Lá estava ela, ainda a dormir. Acordou, como é normal, a chorar… dizia que queria ir para casa, queria o pai. Quando descemos para o quarto, adormeceu. Quando acordou, já era outra vez a minha pestinha. Estava óptima, começou logo a fazer asneiras e a brincar. Não teve febre, não teve dores. Foi uma recuperação excelente. À noite, a médica lá foi explicar tudo direitinho, e falou que foi uma sorte ela ter sido operada já. O líquido que ela tinha nos ouvidos era muito grosso – tipo cola, disse ela – e por isso foi necessário colocar os tubos de ventilação. Quanto às adenóides, eram de facto enormes…
No dia seguinte, já em casa, é que começamos a notar as diferenças no comportamento auditivo. Ouvia em qualquer lugar da casa, já não necessitava de olhar para nós quando falávamos, repetia as nossas expressões, repetia as frases dos desenhos animados… Foi uma mudança espantosa!

10 comentários:

Xana disse...

G,o Vasco foi operado a uma otite serosa em Novembro, o mesmo que a Mafaldinha tínha. Aproveitara e também mexeram nos adenoides, porque nestas idades mesmo que não seja necessário, fazem-no.
Andou lindamente e na consulta de revisão em Março o tubo (só foi no direito) já estava deslocado. É normal acontecer tão cedo. A médica como já estava tudo bem, tirou-lho. Uma semana depois teve uma otite, mas nunca mais teve nada. Assim que noto uma ranhoca no nariz faço logo aerossóis e no infantário tem sempre soro fisiológico que eu mando e metem-lhe. Foi a única recomendação da médica depois de tirar o tubo. No primeiro ano, nunca deixar haver ranhoca. Muito soro. Se não resulta, ataco logo com Actifed.
Por falar com muitas mães com crianças que tiveram este problema, no final de Setembro começam a usar Zyrtec até Maio. Nasomed também para evitar o nariz húmido. Faz também vacina de Ribomunyl em Setembro, Outubro e Novembro e depois em Março, Abril e Maio. Porque estas crianças normalmente tem alergias, mesmo que ligeiras e que não sejam diagnosticadas com exames. Ele tem andado bem, acaba por estar medicado muitos meses, mas teremos de o fa´zer até completar uma ano da operação, mas o importante é que os antibióticos deixaram de estar sempre na porta do frigorifrico!

Beijinhos

Luna disse...

pelo menos resolves-te o problema, a uma colega tb foi operado o filho nunca mais teve problemas, mas já ouvi falar assim ficam mais sujeitos a alergias.
tudo corra melhor
bjos
L&A e M

M João Monteiro disse...

DEve ter sido uma sensação ouvir que ela estava a perder a audição, nem imagino... Ainda bem que a operação foi rápida e resolveu o assunto. A ver se não têm mais sustos. Beijinhos! MJ

alma disse...

que bom que correu tudo bem minha linda!!
Fico muito contente por a mafaldinha estar optima1

Beijos
cate

A Saltarica... disse...

Que bom querida que correu tudo bem, vais ver que ela agora a ouvir bem é que vai ficar traquina :D:D

Carla Teixeira disse...

Que bom, que bom, que bom! Apanhei um susto quando comecei a ler este texto, G! Não pode ser assim, que ainda morro do coração! Um beijo muito, muito, muito grande para os três! A Mafaldinha já provou que é uma guerreira. Estou muito feliz por vocês, sabem? E tenho mesmo de vos ver em breve!

PS. Nasceu ontem o Henrique, filho da nossa ex-camarada Raquel Pacheco! 48 cm e 2800kg! :D

Mamã dos Diabinhos disse...

Que bom que correu tudo bem.
Imagino o teu sofuco quando ouvis-te o diagnostico da medica.
Beijos em vós.

John River disse...

Que bom, ainda bem que correu tudo bem. Um grande beijinho para a Mafalda.

Anónimo disse...

...ainda bem que ainda não reteve e reproduziu a expressão erudita do schreck...

Teresinha disse...

Mas eua cho que anda aí alguém com muita vontadinha de lhe ensinar o que diz o schreck!!!!