Susto: pronação dolorosa

Ontem foi dia de mais um susto. Na habitual hora de brincadeira em cima da cama, com saltos e cambalhotas à mistura, o Jorge agarrou na Mafalda pelo braços para a colocar na cama e… “dói, dói, dói”, dizia ela, com muito choro à mistura. Deixou de mexer o braço, apesar de tentar mexê-lo, e só chorava. Nós já sabemos que a Mafaldita só chora quando dói mesmo… Se é uma coisa leve, chora uns segundos e passa. Mas o choro não passava.
Fomos directos para o Hospital Privado da Boavista, foi logo vista por uma pediatra que decidiu chamar um ortopedista. No entretanto, pediu também um Raio-X, não fosse ela ter “partido” alguma coisa. Mas avisou-nos logo que deveria ser uma Pronação Dolorosa. E foi! Mal chegou o ortopedista, mexeu-lhe no cotovelo, fez um movimento ligeiramente brusco, e ficou tudo bem. Deixou de chorar, quis logo brincar, e parecia que não se tinha passado nada. Esta foi a segunda vez que isto aconteceu. Já há mais de um ano que não se passava nada. Agora, temos que ter cuidados redobrados, pelo menos até ao cinco anos, pois é algo que pode voltar a acontecer e com alguma frequência.
Pronação Dolorosa:
– O que é?

É um pequeno deslocamento da cabeça do rádio em relação ao ligamento anular. O rádio é um dos ossos do antebraço e cabeça do rádio é a porção deste osso que participa da articulação do cotovelo. O ligamento anular envolve a cabeça do rádio como um anel. Esta lesão ocorre em crianças menores de cinco anos, devido à consistência mais elástica dos ligamentos e ao desenvolvimento ósseo incompleto.
– Como tratar?
Leve a criança para o hospital o mais rápido possível. O ortopedista irá colocar o osso de volta em seu lugar, normalmente sem a necessidade de nenhum tipo de anestesia. Este procedimento é bastante simples, mas deverá ser realizado apenas por pessoas treinadas
Logo depois do procedimento os sintomas desaparecem e a criança volta a mexer o braço normalmente, sem dor. Habitualmente não há necessidade de nenhum tipo de tratamento depois da redução.
– Prevenção:
Evite puxar a criança pelas mãos, especialmente se esta já tem história de pronação dolorosa. Neste caso oriente também parentes e as outras pessoas que terão contacto com a criança.